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Lojas multimarcas nos caminhos da periferia
Lojas multimarcas nos caminhos da periferia *Por Ivan Postigo O mundo gira e as mudanças são inevitáveis. O desenvolvimento econômico proporciona conforto e gera novas necessidades e ansiedades. O homem é movido pelo desejo, que o faz criar, inovar e consumir. O modo da moda leva a novas modas de modos. Camisas coloridas e sóbrias, calça largas e justas, vestidos longos e curtos, que integram pessoas e também as afastam de grupos. Como que saudosos e em busca de ricos resgates das nossas origens as chamamos tribos. O conjunto de rock, que passou a grupo, agora é banda, numa quantidade inimaginável na periferia. Trabalhadoras e criativas periferias, às margens das cidades, marginalizadas, provocativas e geradoras de costumes, modas, cultura e cada vez mais margem de lucro, para empresas ávidas e necessitadas de resultados positivos crescentes. Cidades em grandes centros brasileiros não têm mais em suas periferias vilas e bairros, mas microcidades, que suprem todas as demandas de seus moradores, da alimentação aos serviços de toda espécie. Disponibilidade financeira leva a população ao exercício das compras. Primeiro para atender as necessidades prementes, depois por bens e recursos de integração. Nessa passagem, as possibilidades vão desde produtos acessíveis, alguns sem rigor na qualidade, até a busca da excelência na fabricação, consolidada com a marca Premium. Economia aquecida, fronteiras abertas, a oferta se torna significativa, com isso caem os preços, o volume do fabricante, por perda de espaço nas lojas multimarcas, e o faturamento, evidentemente. Como recurso para recuperação de resultados, empresas têm verticalizado as operações, abrindo lojas próprias e trabalhando em sistema de franquia. Ao ocuparem espaços nobres em centros comerciais, acabam empurrando as demais marcas e lojas multimarcas para fora dessas áreas. A periferia nesse movimento, com recursos substanciosos com o aquecimento da economia e ascensão de classes sociais, está de braços abertos para recebê-las. A periferia sempre foi o berço onde a pequena empresa recebeu abrigo, agora também as acolhe, crescidas, criadas e renovadoras. Visibilidade é resultado do reconhecimento do consumidor, portanto a parceria lojista-fabricante é fundamental para o sucesso de ambos. Essa relação tem se mostrado estremecida. A questão que coloco é se a falta de fidelidade é que provoca o distanciamento ou será o distanciamento que provoca a falta de fidelidade? A repetição de comportamentos leva à cópia dos modus operandis, o que torna os espaços comerciais muito parecidos, aspecto que também não provoca atração e fidelidade do consumidor. Nesse aspecto ocorrem rupturas, tornando a palavra parceria mais poética do que real. O excessivo uso do termo e a negligência com o conceito levam ao desgaste, inevitavelmente. Cabe aos fabricantes e lojistas o exaustivo trabalho de entendimento desse novo espaço. Locais e consumidores são diferentes, portanto, cópia de modelos sem o adequado ajuste e conformidade é o asfalto do caminho do fracasso. A periferia, com suas múltiplas facetas, é extremamente exigente e pouco disposta à fidelidade unilateral. As lojas multimarcas nos caminhos da periferia para terem sucesso precisam carregar a bandeira da renovação. * Ivan Postigo é diretor de Gestão Empresarial, articulista, escritor e palestrante. ...


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